sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Inverno Particular

A saudade sopra ventos gelados e o meu céu, em tons tristonhos de cinza-solidão, me encharca com essa chuva de lembranças. O coração, descompassado pela sua falta, parece trovejar. Os pensamentos ensaiam cores e explodem como fogos de artifício, mas a realidade da tua ausência faz o meu mundo desabar no breu. O vazio veste os meus olhos com pingos que, inevitavelmente, escorrem os sonhos, as brincadeiras, as juras... Mas, nem mesmo a tempestade é capaz de apagar você de mim.

Pego mais um cobertor, a tentar me proteger do frio.


“Sem mais, a vida vai passando no vazio. Estou com tudo a flutuar no rio esperando a resposta ao que chamo de amor.”

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Somos a Nossa Incompreensão...

Somos... Todas as nossas loucuras e toda a nossa lucidez. Todas as cicatrizes dos cortes que a vida nos fez.

Somos estações... A cor da primavera e a melancolia do outono. Somos quentes, Somos frios. Somos a esperança de cada amanhecer, Somos o escuro de toda noite.

Somos lembranças, Somos saudade. Somos essa distância, Somos a constante busca pela nossa felicidade. Somos as nossas músicas favoritas, Somos as nossas histórias. Somos as nossas perdas, Somos as nossas vitórias.

Somos a indiferença, Somos o carinho. Somos os insultos e os elogios por esse caminho. Somos muito de todos os que nos cercam, Somos a nossa solidão. Somos sonho e somos ilusão. Somos a nossa força e a nossa fraqueza... Nossa dúvida e nossa certeza... Sensatez e Contradição... Somos Reticências e Somos Interrogação.

Somos Simples Assim... Complicados Assim!

sábado, 16 de outubro de 2010

VOCÊ

O bom é saber que não se pode entender!

De onde vem tanta frieza? Me diz?

Prá quê os seus olhos me procuram, se na verdade eles querem me ver longe?

E Eu vou... Mergulho na distância que se aproxima, e me afogo no silêncio ensaiado bem no meio da folia desse (a)mar.

E Eu sigo... Tentando pescar exclamações que tragam respostas...

De onde vem essa minha necessidade de te decifrar? Silêncio!

Me olhe nos olhos... Entenda que os meus gritos não fazem o menor ruído.

Deve haver um porto. Eu vou... Eu sigo.


“É, pode ser que a maré não vire, pode ser do vento vir contra o cais... E se já não sinto teus sinais, pode ser da vida acostumar! Será? Sobre estar só, eu sei! Nos mares por onde andei, devagar, dedicou-se mais, o acaso, a se esconder... E agora o amanhã, cadê? Doce o mar, perdeu no meu cantar.”

domingo, 10 de outubro de 2010

O Bem e O Mal

"Alguém me chama, bem atrás na plateia: um aceno, uma voz sumida parece dizer meu nome. (É alguém de óculos, pois as lentes refletem a luz do teto).

Posso responder... Devo acenar de volta?

Atrás de mim alguém veste os bonecos da vida e as estátuas da morte.

Euforia e medo... É com eles que vou contracenar (ou é comigo mesmo?).

Por cima do nariz de palhaço, ajeito os meus óculos para ver melhor."

sábado, 9 de outubro de 2010

Miragem

Nesses dias tão estranhos, cheios de vazios desordenados e silêncios ensurdecedores, as idéias pareciam incapazes de fazer algum sentido. Sem ter o que dizer, caminhei sozinho por esse deserto de mim. E pude notar a minha sede. Sim, tenho sede demais. Por isso brindo cada onda desse mar revolto, cada gota dessa tempestade... Cada gole!

-À vida.