quarta-feira, 9 de março de 2011

Alucinação

Sinto que você já não me lembra e nem me esquece. Anda sumindo de mim, mas, vez em quanto reaparece! E a dor de não poder te ter é o que prevalece. Restam estradas iluminadas por esperanças ilusórias e caminhos de lembranças que parecem se pôr em tons avermelhados na fronteira da solidão de um fim de tarde e o recomeço de um ciclo iluminado por explosões, e pelo mistério dos astros. É quando se tem a certeza das dimensões inexpressivas de um infinito. Infinito que se faz dentro do meu peito, pulsando uma paixão que não quer ir embora, toda vez que me invade a tristeza da sua ausência.

Não me maltrate. Não me cure de você. Não faça de mim um passado fardo digno do seu desprezo. Não machuque o meu peito. Não maltrate um coração que te quer em tempos de amarelo cor de sol e de cinzas cor de frio.

Cada pedaço de mim te busca em todas as eternas estradas de uma vida que se confunde com a sua vida. Na alegria de poder ter do que se lembrar, numa doçura de querer prá sempre recordar.

Te levo dentro de cada caminho e de cada escolha. Te escondo em cada pedaço de cada distância. Não posso nem pensar em não te ter por perto. Dentro do meu coração, carregas a certeza de uma eterna presença. Num querer que pulsa. Numa saudade latente. Num amor carente.

2 comentários:

  1. - Me lembrou um tempo bom!!Saudades ...
    "Na alegria de poder ter do que se lembrar, numa doçura de querer prá sempre recordar."

    ResponderExcluir
  2. Gente do seu...
    Você está escrevendo MARAVILHOSAMENTE bem!
    sinto sua falta...

    ResponderExcluir